Indicação de Filme: The Lobster (Irlanda/Reino Unido/Grécia — 2015)

Filme: The Lobster
Direção e Roteiro: Yorgos Lanthimos
Elenco Principal: Colin Farrell (David) - Rachel Weisz - Léa Seydoux

Sinopse: Em um futuro próximo, uma lei proíbe que as pessoas fiquem solteiras. Qualquer homem ou mulher que não estiver em um relacionamento é preso e enviado ao Hotel, onde terá 45 dias para encontrar um(a) parceiro(a). Caso não encontrem ninguém, eles são transformados em um animal de sua preferência e soltos no meio da Floresta. Neste contexto, um homem se apaixona em plena floresta - algo proibido, de acordo com o sistema.

Vencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes 2015. Prêmio de Melhor Roteiro e Melhor Figurino na Academia Europeia de Cinema 2015, tendo sido indicado também a mais outros 3, como Filme e Diretor. Indicado a 6 prêmios no British Independent Film Awards 2015, incluindo Melhor Filme.

A premissa do filme pode parecer estranha, mas é bem simples. Em um mundo com clima distópico, as pessoas para continuarem vivendo como seres humanos precisam ser casados. Os solteiros (ou Solitários) precisam ficar hospedados num hotel durante 45 dias para encontrar um companheiro, e se falharem serão transformados num animal de sua escolha. 

David, depois de abandonado pela mulher, é hospedado nesse hotel para passar 45 dias até encontrar uma nova companheira. Para nós tudo o que acontece ali pode parecer absurdo, mas como essa é a realidade de David ele aceita tudo o que lhe é imposto com muita naturalidade. Mas com o decorrer do filme, percebemos no roteiro que os diálogos são uma versão irônica da nossa atual maneira de começar um relacionamento pelas redes sociais, por exemplos, com perguntas como: “O que você gosta?”, “Qual é o seu filme favorito?” e “Quais línguas você fala?”. 

No hotel, David e outras pessoas que ali estão hospedadas, precisam encontrar um companheiro que tenha alguma característica em comum entre eles. Nisso, acompanhamos cenas bem sarcásticas com algumas beirando ao absurdo. 


David, não conseguindo “cumprir sua tarefa”, foge do hotel e vai viver com os Solitários em uma floresta. Nisso temos uma quebra de cenário no filme e começamos a acompanhar o outro lado da historia. Enquanto no hotel o objetivo era encontrar um companheiro perfeito, na floresta o objetivo era ficar sozinha. Lá as pessoas evitam contato, diálogos e até mesmo dançam sozinhas cada uma com seu fone de ouvido. 

Mas, pela ironia do destino, é exatamente na floresta onde David encontra sua companheira perfeita; com a característica que os une. Com isso, David e sua companheira precisam novamente quebrar as regras impostas por sua sociedade para ficarem juntos. 


No momento em que assistia ao filme o final foi um pouco agonizante para mim pelas cenas que iam se seguindo. Mas depois de alguns dias “digerindo” a cena final, eu finalmente entendi. Na cena final do filme temos a personagem interpretada por Rachel Weisz sentada em uma lanchonete esperando pelo retorno de seu amado. E nisso percebemos: Será que todas as promessas, feitas por ambos, serão concretizadas? E se ele não voltar, a única opção seria continuar se escondendo por causa de uma sociedade que condena pessoas sozinhas? Para que serve o amor se mesmo com tudo planejado continuamos sentindo medo de ficar sozinhos? 


Curiosidade: O título do filme é uma referência ao animal que David escolhe caso fracassasse no hotel, uma lagosta (lobster em inglês). Segundo ele as lagostas vivem mais de cem anos, têm sangue azul como os aristocratas e continuam férteis por toda a vida.

Bom filme a todos ;)

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